Vou-te chamar S., só S. Não me apetece revelar o teu nome, nem inventar-te um agora.
Ontem visitei-te. Jantámos com a tua mãe. Amorosa, conversamos imenso, partilhamos muita coisa, desabafamos e tivemos momentos de silêncio de compreensão. Temos imensas saudades tuas, as duas, mas é lógico que as minhas não se comparam as dela.
Ontem visitei-te. Jantámos com a tua mãe. Amorosa, conversamos imenso, partilhamos muita coisa, desabafamos e tivemos momentos de silêncio de compreensão. Temos imensas saudades tuas, as duas, mas é lógico que as minhas não se comparam as dela.
Meu querido S., gostava de saber se (como alguns acreditam e eu também, às vezes) podes ver-nos. Ou se, de alguma forma estiveste lá connosco, a ouvir-nos contar momentos em que estivemos juntos, em que nos divertimos, e em que partilhamos as nossas fúrias. Reparaste? Não quis contar à tua mãe que fumavas, não queria que ela soubesse por mim, e eis que ela me diz "depois mostro-te a sala do S., onde ele costumava estar, e o cantinho onde ele fumava". Um jantar inteiro a dizer que costumávamos ir juntos, lá abaixo, para tomar café, e afinal ela sabia! Conheci um pouco melhor todas as dificuldades que tiveste, ao longo da tua vida. Meu querido S., desculpa. Desculpa não te ter abraçado, quando me pedias. Desculpa ter-me afastado sorrateiramente de cada vez que me agarravas um braço, ou me punhas a mão no ombro. Desculpa ter este pedaço de gelo de um dos lados do coração que dificilmente derrete. Desculpa se te falhei, alguma vez. Tu nunca me falhaste. |
Contei o sonho que tinha contigo. Em que aparecias e dizias que tinhas estado só a fingir. Nesse sonho eu depois bato-te. Mas se aparecesses não te batia, meu querido S.. Dava-te todos os abraços que te prometi e nunca dei.
Conheci as tuas meninas. A N. e a D. (também não lhes vou dar nomes). Claro que eras apaixonado por elas, elas são maravilhosas. Viste? Enquanto uma me babava as mãos todas, a outra olhava, com olhinhos de "e eu?". Também conheci a tua irmã, e o G.! Ela disse-me que te ouvia dizer, várias vezes, "A Renata isto, a Renata aquilo...". Foi pena nunca te ouvir dizer "olha, esta é a Renata". Quereria dizer que tinhas sido tu a apresentar-me, e não a tua mãe.
E despedi-me de ti. Conversei um bocadinho contigo, como conversávamos há uns meses atrás. Chorei contigo, como chorava há uns meses atrás. E parei quando me lembrei de ti, quando dizias, "recompõe-te! É isso que eles querem que lhes dês, fraqueza, e tu não és fraca por isso, deita tudo cá para fora e recompõe-te.". Achei que me darias um sermão se me visses chorar, então parei.
Meu querido S., faz o que a tua mãe pediu por favor, fica com ela, guia-a, dá-lhe força. E se puderes, olha por mim de vez em quando também. Nem que seja para me gozares, como tantas vezes fazias. Meu querido S., até já,
| da (tua) miúda mais gira do dmkt. #MissYouS. (Vou associar-nos a esta música sempre, deixo-ta aqui para ouvires mais uma vez). |